Os tempos de ansiedade no Mundial de Ralis continuam com a Ford ainda sem poder confirmar a sua presença no campeonato do próximo ano.

A dois meses do arranque do próximo WRC, Gerard Quinn, o patrão da Ford Motorsport Europe deu a entender que a discussão sobre a presença da equipa em 2012 ainda não foi encerrada, pois até agora a prioridade era concentrar todos os esforços na tentativa de assegurar o título de Pilotos que lhe escapa desde 1981 (conquistado por Ari Vatanen e David Richards, num Escort privado).
Muitos elementos da equipa oficial confirmaram também que os seus contratos não têm sido renovados e que não o serão até a situação da equipa ficar resolvida, parecendo a única exceção ser a de Jari-Matti Latvala que, para o bem ou para o mal, já prolongou a sua ligação à marca oval.
Já com a MINI a situação é, aparentemente, menos comprometedora, mas, sem dúvida, surpreendente, já que a marca ligada à Prodrive não está a conseguir arranjar um patrocinador principal que lhe permita ‘respirar com plena saúde’ no próximo ano, o que diz bem das dificuldades que se avizinham em termos económicos, sendo a contenção a palavra de ordem.
O primeiro sintoma foi o reajustamento e adiamento do calendário de testes para o Rally de Monte Carlo e Suécia que David Richards negou ter relação direta com a falta de orçamento para 2012: “Essa decisão é antes uma consequência de, estrategicamente, a equipa ter adiado para dia 1 de março a homologação de certos componentes do carro”.  Para acalmar as hostes, Dirk Hollberg, responsável máximo da MINI Motorsport, assegurou que “não há dúvida que a MINI vai estar registada como equipa oficial com dois carros no próximo WRC”.


A FIA prepara-se para confirmar o regulamento dos futuros R4T, uma espécie de S2000 (Classe 1) ‘light’ na próxima reunião do Conselho Mundial de dezembro.

A nova fórmula usará carros de tração integral, mas que podem ter órgãos mecânicos como o motor, caixa e transmissão originários de uma grande variedade de carros (tal como nos atuais S2000), ainda que com custos muito mais controlados.
No entanto, os propulsores deverão ser de série 1,6 litros de quatro cilindros com turbo e deverão usar um restritor de 32 mm (que poderá ser ainda alterado finalizados os testes da FIA). Contudo, ao contrário dos novos S2000 da Classe 1 (1,6 litros turbo), o motor não deve ser ‘global’, nem fica obrigado à tecnologia da injeção direta (a menos que, de série, o motor base já a utilize). Sistemas de cárter seco também estão proibidos, tal como o uso de um diferencial central e as caixas deverão ter apenas cinco em vez de seis relações. Cada órgão deverá ter um valor máximo, por forma a ser mais fácil fazer o controlo global de custos e os carros deverão apenas entrar em ação em 2013.

Armindo Araújo > “O MINI JCW WRC tem um erro de conceção, pois tem os radiadores e o turbo colocados numa posição muito adiantada e baixa”

‘Joker’ para o motor só no México 2012!
O novo MINI John Cooper Works WRC teve este ano bastantes problemas de juventude, e um deles, simplesmente deixava os seus pilotos à beira de um ataque de nervos. Curiosamente, no Rally da Grã-Bretanha, com a lama, não existiu qualquer problema grave do motor, mas Armindo Araújo explicou porque é que esse foi o maior condicionalismo durante toda a época:
“O carro tem um erro de conceção, já que tem os radiadores e o turbo colocados numa posição demasiado adiantada e baixa e isso faz com que a terra, pó e lama fiquem mais suscetíveis de entrar na admissão. Quando isso acontece, o motor sobreaquece e entra em ‘modo de segurança’ e isso, este ano, estragou-nos algumas provas, tal como aos carros oficiais.”

Detetado o erro, a Prodrive trabalha já na sua correção, mas por questões de tempo e de homologações, só deverá gastar um ‘joker’ (o seu primeiro) para solucionar o problema no Rally do México 2012 ou seja, no terceiro rali do próximo ano: “Pode não ser tão grave como à primeira vista possa parecer, pois em Monte Carlo, em asfalto, não deverá haver problemas e na neve da Suécia, não havendo certezas, também não deverá ser tão complicado”, explicou Armindo Araújo.
Dessa forma, a ideia é recolocar o radiador e o turbo numa posição mais recuada, pelo que na prova portuguesa já teremos os MINI sem esse arreliador problema.